Ninguém é responsável pela sua parte emocional.


Existem coisas que são intransferíveis, ou seja, só cabe a nós ‘resolver e carregar’, a nossa vida emocional é uma delas.


Nos ensinam a ter independência financeira, mas esquecem de nos ensinar que temos que ser ‘livres’ também, na parte emocional, espiritual. Entregamos, aos outros, nossas carências, sonhos e o que esperamos da vida, como se escrevêssemos em um ‘post it’: “Faça isso acontecer”. Mas a vida não ‘acontece’ desse jeito, cada um é responsável em curar suas próprias feridas, e dar ao outro a liberdade, de - somente - entrar e participar da ‘refeição’ quando ela já estiver pronta, afinal, quem irá prepará-la é você. Digo ‘participar do banquete’ porque você não deve dar ao outro a liberdade, que não lhe convém, e muito menos, permitir que lhe faça infeliz, roube sua paz ou lhe tire do prumo. Você deve remanejar os sentimentos, ou melhor, ressignificar as coisas. Inclusive a forma como cada um irá reverberar em você. 


Crescemos com o arquétipo estúpido da princesa em que o príncipe vem nos salvar da vidinha infeliz, da tristeza e dos abusos do mundo. Porém, nenhum ser humano pode nos libertar das nossas prisões emocionais, por isso que nos filmes, eles se casam e o ‘the end’ surge antes de chegarem no castelo, onde os problemas reais irão surgir. Precisamos ajustar nossas expectativas e entender, como diz meu pai: “Não espere que pé de manga dê banana”. Claro, que compartilhamos a vida, com cônjuges, filhos, familiares, mas precisamos entender o que compete a cada um nos dar, como o respeito, e o que cabe a nós trabalhar. Não entregue suas carências para o outro suprir porque quando ele/a faltar você verá que só adiou aquilo que cabia a você consertar.  


Sabe aquela pessoa que não consegue ficar sozinha? Ela está fugindo daquilo que precisa arrumar, limpar. Não podemos despejar no outro, aquilo que nem nós ‘aguentamos o cheiro’, a ‘nossa casa precisa ser arrumada’. Aprenda a curtir sua companhia porque assim reconhecerá o que pode esperar do outro, sem ilusões e respeitando os limites. Nossa companhia tem que ser compartilhada de forma íntegra, real, elegante, mostrando o melhor de nós e com quem merece, porque não podemos dar para o outro uma liberdade que quando ele/a reconhecer nossa ‘sujeira’, aquilo que precisamos arrumar, irá de forma desrespeitosa 'sujar' ainda mais. Poupe-se do que lhe fará mal.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por favor, não tenha mais filhos.

Quando a DOENÇA DA SOCIEDADE começa em CASA.

Não crie necessidades fúteis e desnecessárias.