Os idosos não podem ser podados do poder de decisão.

Uma coisa é ter respeito pelos mais velhos, outra é tratá-los como pessoas sem capacidade de decidir.

Existe uma ‘infantilização’ no tratamento com os idosos. Digo, no sentido, de não achá-los aptos na habilidade de escolhas com o que querem. Claro, que há casos, seja por doenças ou outras situações, que alguém deve decidir. Mas, estou falando sobre tirar a dignidade dos idosos em circunstâncias que deveriam ser tratados com respeito pela idade e pela história de cada um, independente de concordarmos ou não com eles. Quando chegam em uma época da vida, que mereciam ser honrados com essa oportunidade de decisão, vem os filhos com uma super proteção infantil e desrespeitosa ao tratá-los como disfuncionais! Peraí, respeite o que eles já fizeram e onde já chegaram. Entendo também os filhos que querem retribuir aquilo que receberam dos pais, porém precisamos saber nosso lugar. Isso exige uma auto observação para ressignificar os papéis de uma forma sábia, e não o que vemos por aí. 

Honrar pai e mãe é o quinto mandamento. E, não significa que não devemos deixá-los fazer nada, e sim exercer a nossa posição de respeito com inteligência, o famoso “saber o nosso lugar”. Quando ‘roubamos’ esse poder de decisão dos pais, é como dizer: “Você é tão incapaz que não pode resolver nada”. E, para quem não tem mais funcionalidade, é como se  estivéssemos ‘mostrando’ que está na hora de morrer, ainda que inconscientemente, já que não ‘serve’ mais para nada. Respeite os idosos deixando-os espalhar sua sabedoria, e não os 'retalhando'. Brinde os com privilégios e capacidades, que só tem quem carrega uma certa idade, deixando-os viver com a honra que merecem e conquistaram. Isso é um direito de todo idoso!