Por favor, não tenha mais filhos.
Fazer parte de um grupo de WhatsApp de mães ou ir a uma reunião escolar é a constatação de que algumas pessoas simplesmente não deveriam ser pais.
Ser pai ou mãe é uma das missões mais difíceis que existem. Ir à lua é fichinha perto da árdua tarefa de educar um ser completamente diferente de você. Um bom responsável tem, antes de tudo, o desafio de olhar para aquele ser e ver quem ele realmente é, sem ilusões sobre quem gostaria que fosse. Porque, ao fazer isso, vemos também aquilo que não gostamos em nós mesmos e o que precisamos melhorar.
Sim, olhar para os filhos de forma crua e nua é encarar o trabalho que precisamos fazer em nós. E isso é indelegável. Não adianta jogar para a escola o que só você pode fazer em casa.
Constatado isso, cabe a nós sermos o exemplo. Não dá para exigir do outro aquilo que você não entrega. Não dá para pedir que a criança coma bem enquanto você só come salgadinho. Não dá para exigir honestidade se você é desonesto. Não dá para cobrar respeito ao professor se você é o primeiro a fazer barraco na escola.
Como diz meu pai: “A palavra convence, mas o exemplo arrasta.”
Ah, a escola… Campo de guerra da atualidade. Tenho quase certeza de que, quando um professor morre, o céu o recebe com honras — não por aguentar os alunos, mas pelos pais de hoje. Pais que acreditam que a versão oficial dos fatos é a do filho precisam urgentemente rever seus conceitos. Não, a versão do seu filho não é a verdade absoluta!
Como diz minha mãe: “Toda história tem três versões: a minha, a sua e a verdadeira.”
Educar também é saber se portar diante de professores. Podemos, sim, discordar do rumo da escola, mas existe uma forma correta de se posicionar. E essa forma não é agredir, justificar violência ou desautorizar quem está ali para ensinar.
E não, seu filho(a) não é o mesmo ser humano a vida toda. Aquele menino fofo do Infantil, que adorava banho e só queria a mãe, provavelmente na adolescência vai detestar alguns afetos vindo de você, e banho nem se fala, só irá voltar a tomar ‘gosto’ quando começar a namorar. E está tudo bem — é parte da transformação. O que não está tudo bem é justificar a queda de rendimento escolar dizendo que 'o problema é a escola', como se tudo se resumisse a isso. Inspira. Respira. E chacoalha essa mãe para cair na real.
E quanto aos diagnósticos — TDAH, TOD, tititi, tatatá… Não sou contra, muito pelo contrário. Eles são importantes e dão direção. Mas, do jeito que está, viraram muletas para não agir. Muitos jovens se apresentam pelo que ‘têm’, não pelo que são. E pais que aceitam isso sem crítica estão roubando dos filhos a chance de crescer. Um bom pai ou mãe pega a dificuldade e transforma em ferramenta de superação. Porque é isso que nossos filhos vão precisar pelo resto da vida.
Então, o que está acontecendo com os pais? Talvez seja preguiça. Acreditam que a educação é um drive-thru: entregam a criança na escola e esperam receber de volta um ‘filho bem-sucedido’. Desculpa, isso não existe.
Ser pai ou mãe dá trabalho. Testa nossa paciência, resiliência, limites. E o que mais dói: nossos erros e acertos são escancarados dentro de casa.
Importante: não estou falando aqui de casos extremos — suicídios, diagnósticos sérios, tragédias que fogem do nosso controle. Essas situações exigem acolhimento e empatia. Todos somos responsáveis por apoiar essas mães, pais e família. Mas fora dessas exceções, estou falando do que sim, está nas nossas mãos.
Podemos — e devemos — ser pais conscientes do nosso papel. Que tenhamos sabedoria para educar os filhos que o Criador nos confiou, com valores sólidos, longe das teorias passageiras. Que eles possam um dia dizer: “Foi o que aprendi com meus pais que me trouxe até aqui.” Que os frutos que plantamos alimentem não só nossos filhos, mas também o mundo ao redor.
Por fim: só tenha filhos se estiver realmente disposto a ser o pai ou a mãe que cada criança precisa.
Maravilhosa
ResponderExcluirSou mãe, e juntos decidimos ser pais de uma única criança — exatamente por tudo o que você mencionou. Ser pai e mãe vai muito além daqueles comentários repetidos como: “Nossa, mas vai ser filho único? Precisa de um irmãozinho...” e por aí vai esses bla bla bla.
ResponderExcluirCada família tem sua história, suas dores, seus limites. Não se trata apenas de avaliar o bolso, mas também de olhar com sinceridade para nossos traumas, nossos padrões, nossos vícios emocionais. Escolhemos oferecer o melhor de nós a ela — com presença, consciência e responsabilidade.