O Vício que é a Exposição nas Redes Sociais
Só damos e mostramos aquilo que temos e somos. Portanto, se olharmos bem, a sociedade está na UTI.
Entre separações de celebridades, um comportamento que se destaca é como nos colocamos nas redes sociais. Uns se escondem, uns usam apenas para o trabalho, outros fuxicam, outros mostram absolutamente tudo: a hora que acordam, o que comem, como vivem e até como dormem. E, claro, ganham muita grana com isso. A verdade é que a maioria das pessoas são voyeuristas. Veja o sucesso do Big Brother: o tesão em ver e ‘biscoitar’ a vida do outro escancara o fetiche em fofocar. Julgamentos sem fim, a fuga da nossa própria vida, e por aí vai. Como tudo na vida, perdemos o controle.
A forma como as pessoas se colocam nas redes revela como estão, não exatamente como querem parecer — isso vale para os casais que vivem exibindo a felicidade perfeita. Cá entre nós, a vida é tão corrida, tão enlouquecedora, que mal sobra tempo para dar conta de tudo no nosso dia, quem dirá para viver uma felicidade perfeita o tempo todo. Primeiro que tem coisas que não devemos mostrar, não pertencem ao departamento de ‘exibição gratuita’. Geralmente, aquilo que queremos impressionar é o que nos falta. Claro que podemos mostrar o melhor de nós, mas será que é o melhor… ou o que gostaríamos de ser?
Assim como um peixe fora d’água morre, coisas que não pertencem ao público e são expostas a ele, com o tempo, secam e morrem. Privacidade deve ser cuidada, alimentada com zelo. Redes sociais são como a nossa casa: você abre a porta para qualquer um? Espero que não. Porque, se abrir, dificilmente conseguirá fechar. Seria essa tal liberdade que, uma vez dada, não conseguimos mais tomar de volta.
Seja por imaturidade, por grana ou carência, as redes — ótimo lugar para faturar — acabam escancarando a falta de valores quando o dinheiro entra em jogo. O limite de parar some diante dessa sede de poder mentiroso que mora atrás de uma tela.
Assim como um jogo de apostas, a internet nos instiga e engana o tempo todo. Sempre achamos que vamos ganhar. Mas, quando vemos, o excesso de exposição destrói tudo. Família arruinada pela invasão de privacidade, pelo descuido que descarta a realidade. A juventude cresce achando que a vida é isso: não é preciso ser nada, basta mostrar tudo. Mas que vida? Uma vida desestruturada?
Vendemo-nos para essa mentira e, quando vemos, estamos ali, perdendo horas de um dia já corrido, vendo a vida do outro. A internet é tão viciante quanto um jogo de apostas. Cabe a cada um decidir se quer se curar, valorizar o que é real e não dar mais espaço para esse vício que mata mais do que droga.
Portanto, use as redes com moderação, para que a mesma, depois de um tempo, não ‘peça sua alma’ e lhe deixe em ruínas.
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