A arte de saber envelhecer bem


Envelhecer é uma benção.


Vivemos em um mundo ao qual engrandecemos a juventude, mas menosprezamos e esquecemos de nos preparar para a velhice. Assim como um bebê requer cuidados específicos, a juventude, uma preparação para a vida adulta quando chega a hora de se preparar para a velhice negligenciamos. Sim, assim como em qualquer fase, a terceira idade não é diferente. Essa preparação é mental, física e espiritual. 


A maioria das pessoas, com o passar dos anos, não ressignificam a vida seja nos relacionamentos, profissão, filhos, amigos, parentes, situações e por aí vai. E, isso é de extrema importância porque esses ressignificados são as lentes as quais vemos o mundo. Quando deixamos de fazer isso, o ‘óculos’ vão ficando embaçados até que uma hora não conseguimos mais enxergar. Cabe a cada um fazer essas releituras durante a vida. Há pessoas que até fazem, durante um período, mas quando chegam na velhice pegam as crenças e frases de parentes, amigos prontas e as usam como um mantra como: “Velhice é uma merda”, “Daqui só ladeira abaixo” entre outras. Claro, que o corpo muda, que o colágeno não é mais o mesmo, nos deparamos com fragilidades e, talvez, com uma conta que chega por termos negligenciado, muitas vezes, o nosso corpo. Mas isso não é o fim ou não deveria ser. Envelhecer nos dá a oportunidade de sermos, mais do que nunca, nós mesmos. Escolher aquilo que realmente queremos e de sentir o mundo com a nossa alma, despida de achismos. 


Viver essa nova fase exige uma preparação, inclusive para envelhecer com dignidade. Precisamos, sim, de uma preparação física. Por que? Você quer andar? Se limpar sozinho? Ter energia? Então, isso exige um cuidado especial para essa nova fase. E, valerá a pena. Se você viver só de ‘prazeres’ comendo o que quer, sem fazer ginástica se prepare para ter tempo suficiente para cuidar dos efeitos colaterais disso tudo. Temos a obrigação de cuidar dessa nossa morada, assim, como uma casa precisa de manutenção, o corpo exige seus cuidados. Na parte mental, precisamos nos libertar de todas as idiotices que já ouvimos sobre o envelhecimento, aliás, devemos isso para as próximas gerações que de tanto escutar besteiras começam a usar cremes anti-aging com onze anos de idade. Faça o seu próprio roteiro sobre essa fase, ressignifique relacionamentos, revisitando crenças que não cabem mais nessa nova fase. Concentre-se no que realmente interessa. Quanto a parte espiritual, encontre a sua paz, sim, aquela que não se preocupa com o que o outro vai dizer, permita que a sua alma fale, que a sua verdade traga luz e contribua para esse mundo. Aqui vale lembrar, que não é porque envelhecemos, que viramos os ‘donos da verdade’. Muito pelo contrário, às vezes, o silêncio é necessário como respeito pelo outro que ainda não amadureceu ou não tem estrutura para ouvir algumas coisas. Então, seja sábio e não chato.


Cabe a cada um viver a sua velhice, deixando uma boa história para o mundo, isso não quer dizer ser famoso, mas ter contribuído de forma digna ao núcleo ao qual pertenceu e usufruiu. Sendo um exemplo de gratidão por todos os anos que viveu e vive, principalmente, para as novas gerações de que a vida pode ser incrível e significativa até o final.


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