“Eu só quero ser feliz" vem estragando muitas gerações.

Educar é uma mistura de arte com um jogo de resistência.

Como em cada arte há a sua exclusividade, planejamento e tempo para sua execução, cores, profundidade, beleza na sua apresentação. E, no jogo de resistência à sua estratégia, mudanças a cada novo obstáculo que surge, paciência, observação, entender o que pode esperar de cada ‘jogador’. Porém, vivemos em um mundo superficial, rápido e irresponsável. Todos querem a 'pílula mágica’, filhos bem sucedidos sem muito esforço - delegando para escolas e cursos o ‘resultado’ de uma ‘vida de sucesso’, e com a gente ocorre o mesmo. Queremos emagrecer milagrosamente, que o casamento funcione sem trabalho nenhum, que a casa arrume em um touch, que os filhos não dêem trabalho. Utopia, como em um filme, de uma hora e meia, onde busca-se a felicidade e tudo se resolve. Esse pensamento pobre está enraizado em várias culturas, inclusive na nossa. A percepção de felicidade é desde cedo associada à satisfação rápida, prazer instantâneo e momentâneo. Crescemos com esse valor deturpado sobre algo sério. Fortalecemos essa crença nos filhos ao falar: “Eu só quero que você seja feliz”. E, o mesmo leva ao pé da letra. Eles buscam uma profissão que os satisfaça na hora - todas as aulas da faculdade têm que ser legais e esperam sair ganhando muito dinheiro, ou seja, sem analisar, na real, o que essa mesma pode lhe fornecer. Escolhem parceiros (as) através de sentimentos baseados na ‘profundidade da Disney’, onde o ‘gostar é tudo’, sem refletir na vida que terão - se os valores, princípios são os mesmos. Mas a vida não é assim. O desconforto, nosso melhor aliado, está em tudo. Na ginástica, relações humanas, escolhas, onde os prós caminham junto com os contras - estes quando bem encarados mudam rumos e transformam vidas.  


Estamos em um momento desafiador, o qual podemos mostrar dentro de casa, que nós não desejamos que os filhos “SÓ sejam felizes”, isso é muito pouco e raso para quem realmente amamos. Precisamos ser exemplos de que a vida é muito mais incrível, próspera que a superficialidade dessa felicidade que um dia ‘vendemos’. Temos a obrigação de ensinar que eles precisam ser úteis em um mundo onde a escuridão predomina, o ‘eu’ está mais forte que o ‘nós’. Necessitamos olhar para o outro, não para fazer bonito, mas para ser útil, optando por escolhas realistas, sábias, em um solo fértil. Nesse jogo da vida todos podem ganhar, com uma capacidade imensa em ser mais profundo e prazeroso que o mundo da pobreza dessa 'felicidade' solitária.


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