Qual é o meu limite?
Em um mundo tão conturbado, cheio de coisas para fazer, qual seria o limite de pararmos?
É curioso observar como a vida — ou a correria dela — nos desafia o tempo todo, quase como um teste para sabermos até onde conseguimos ir. Olha ao redor: a quantidade de burnout, crises de ansiedade, depressão e tantas outras doenças mentais só cresce. Tudo isso nos escancara o quanto permitimos que certas coisas nos engolissem. A cada fase, surgem novas responsabilidades, mas raramente paramos para organizar as prioridades do que realmente importa. E assim, acabamos exaustos. O pior é que, nesse processo, deixamos a prioridade sobre nós mesmos por último.
E aí a vida cobra. Ela nos para — pelo cansaço, pelo esgotamento ou porque decidimos engolir tudo calado. Mas você não é lixo para aceitar isso. Uma hora, explode.
Mas por que precisamos chegar nesse ponto? Por que abusamos tanto de nós mesmos?
A verdade é que somos tão importantes quanto qualquer outro ou qualquer situação que, por descuido, colocamos na nossa frente. Quando fazemos isso, abrimos espaço para o abuso — físico, emocional, mental. Permitimos que os outros ultrapassem limites que nós mesmos não soubemos impor. E com o tempo, o que carregamos fica pesado demais. Em algum momento, somos obrigados a largar aquilo que machuca. Somos empurrados a tomar decisões em que o cuidado conosco se torna urgente — e ali, começamos a respeitar o tempo, seja ele lento ou corrido.
Aqui, não adianta gritar. É preciso esperar, se conhecer, se cuidar.
A gente passa a se analisar com mais seriedade. Criamos regras de segurança internas. Estabelecemos um 'alarme de alerta' para que ninguém passe do ponto conosco novamente. O famoso “eu sou assim” começa a ser desafiado o tempo todo. E, muitas vezes, é no desconforto que somos convidados — ou forçados — a mudar. Especialmente nos momentos do “não dá mais”.
E nesse processo de mudança, vamos largando as bagagens que já nem conseguimos mais levantar — quanto mais carregar.
Portanto, os nossos limites nos ensinam. Eles dizem que não fomos feitos para viver na beira do abismo. Ali não é o nosso lugar. Existem lugares que não são para nós — e tá tudo bem. Que a gente aprenda, de verdade, a se amar acima de qualquer desrespeito ou abuso. Que o nosso amor-próprio nos liberte da falta de limites que aceitamos por tanto tempo.
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