O Que Realmente Importa?


 

Fazemos tantas coisas no nosso dia a dia, mas será que estamos vivendo de acordo com as nossas prioridades?

Na loucura da vida, na maioria das vezes, não temos clareza sobre aquilo que realmente precisamos — e, além disso, sobre o que importa. Acabamos com a nossa saúde trabalhando demais, priorizamos nosso dinheiro em viagens, em coisas superficiais que se vão, de forma irresponsável, a cada segundo. Achamos caro demais cuidar da alimentação para sermos saudáveis, até que um dia a saúde vai embora, e então vemos o quão caro é ficar doente.

Alguns ainda têm a chance de mudar, a tempo, suas prioridades — como, por exemplo, gastar com o que realmente importa —, mas a maioria não escuta os sinais que são dados diariamente. Sim, somos alertados o tempo todo para corrigirmos a nossa rota, mas não escutamos. Deixamos para depois. E, com isso, uma vida passa sem prioridades… ou melhor, com prioridades invertidas.

Veja quantas pessoas se enrolam financeiramente. Você pode até dizer: "Ah, mas a maioria das pessoas não tem nem para o básico." Mas, mesmo essas que não têm o básico, muitas vezes se enrolam com coisas superficiais. Por quê? Porque não temos clareza sobre as prioridades — e, pior, nem nos esforçamos para isso.

Muitas pessoas se escondem atrás do ‘eu mereço’ ou do ‘a vida é uma só’. Para essas pessoas, eu digo — e desculpe a franqueza —, como diz minha mãe: “Nada melhor do que a realidade para enxergarmos aquilo que é”, porque só assim crescemos.

Quando falamos ‘eu mereço’, soa quase infantil. Afinal, não é uma questão de merecimento, mas de olhar para a sua vida e ver se é viável ou não realizar esse ‘eu mereço’. E quanto ao ‘a vida é uma só’, não podemos viver também com essa infantilidade — porque, depois de fazer algo baseado nessa ideia, na maioria das vezes acordamos no dia seguinte e teremos que lidar com a irresponsabilidade do que fizemos sob essa justificativa.

O que importa deve ser guiado pela razão. Isso é difícil, mas possível. A maioria das pessoas vive guiada pelas paixões, pelas vontades. Mas só conseguimos ser livres quando temos a disciplina como companheira diária.

Minha mãe — e desculpe citá-la mais uma vez, mas ela é uma mulher que aprendeu a ludibriar as emoções da vida para sobreviver de forma íntegra — sempre me ensinou, em decisões pontuais:
"Decida com a razão onde a emoção um dia irá repousar."

O que isso quer dizer? Que só conseguimos aproveitar a vida quando usamos, primeiro, a inteligência — a razão — para direcionar e organizar o caminho, para só depois recolher os frutos... e aí sim, com emoção.

Como na decisão de um casamento: você precisa analisar, friamente, se aquela pessoa será seu companheiro(a) para a vida. Quantas pessoas fazem isso? Não estou dizendo que você precisa se casar com alguém que não gosta — muito pelo contrário. Mas é necessário refletir e avaliar se os pontos importantes, aquilo que é essencial para você viver bem, estão presentes naquela pessoa.

Vivemos a vida na emoção, comemos e fazemos o que queremos no ímpeto… e um dia a conta chega. Nessas horas, olhamos para trás e dizemos, na maioria das vezes: “faria diferente”. Por que não podemos pagar um preço antes — nas restrições físicas, emocionais ou financeiras — para depois termos paz na colheita?

Que possamos assumir nossa posição de humanos, com inteligência, e não viver no instinto. Que tenhamos coragem de pagar o preço, com sabedoria, pelo que realmente importa — antes. Que não desperdicemos uma vida sendo engolidos por tudo aquilo que não importa. Que nosso propósito de viver seja imensamente maior do que a pequenez de uma emoção que um dia tentou nos ludibriar e gritou: “Eu mereço.”


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por favor, não tenha mais filhos.

Quando a DOENÇA DA SOCIEDADE começa em CASA.

Não crie necessidades fúteis e desnecessárias.