A conquista que leva à morte.




Às vezes, o desejo realizado não é a melhor opção.


Estou assistindo a parte um da última temporada da série “The Crown”, em que conta sobre o encontro da Princesa Diana e Dodi Al-Fayed, se você não quer spoiller sugiro parar por aqui. O que me chamou a atenção foi a veneração que o pai de Dodi, o empresário bilionário Mohamed Al-Fayed, tinha pela Família Real. Resumindo, ele fez de tudo para ‘pertencer’ à realeza britânica, inclusive propôs sociedade ao filho, fazendo-o terminar seu noivado para engatar o romance com a ex-mulher de Charles, a eterna Princesa do povo. Tudo com intuito de chegar onde queria. Na série mostra a insistência do pai, tamanha loucura em relação a isso. Verdade ou não, contando com a ficção necessária para o sucesso de um roteiro, me pergunto: Será que esse pai faria todo esse esforço, se soubesse que a morte do filho estaria entrelaçada, exatamente, com aquilo que ele tanto almejava, nesse caso com a Diana? Afinal, Dodi estava junto a Lady Di, no carro, no dia do acidente fatal que matou ambos. 


Como tudo que chega a nossa vida, acredito que seja uma forma de D’us ‘falar’ conosco, uma pergunta  me instiga e compartilho com você: O que, muitas vezes, insistimos em ter, seja algum desejo, mas que não deveríamos ter? Já que nos ‘levará a morte’. Às vezes, não física, mas, talvez de um relacionamento, algum lugar que não deveríamos trilhar ou estar ao qual iremos nos perder. Não digo, aqui, que não devemos ir atrás dos nossos ‘sonhos’, claro, que precisamos ter metas, nos esforçar, fazer acontecer… Quando vamos atrás do que queremos, nos disciplinamos, fazemos mudanças, evoluímos, mas devemos ter a sensibilidade de mudar de percurso caso aquilo que quero custará algo além do que posso dar. Qual o limite, a hora de parar? Talvez seja quando ‘estou me perdendo de mim’, não me reconhecendo em que deixarei uma marca em mim, nos meus, e que serão necessários anos, gerações para se curar.


Aliás, quando entendemos que o caminho é muito mais importante que a chegada/meta. Ficamos atentos a nossa alma, quem ela é, suas reais necessidades e não aquelas as quais ‘achamos’ que é. Porque quando nos desconectamos da alma, a morte nos espera. Que D’us nos de sabedoria e que sejamos sensíveis para escutar a Sua voz, entendendo que determinado caminho não é para mim, pois não haverá paz, não conseguirei aproveitar e, portanto, ali é a hora de parar e ir para o meu lugar ao qual a vida brotará e a paz me acolherá. 


  


    

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