Por que o filme Barbie faz tanto sucesso? Porque ele mexe com arquétipos.



Para quem entende do poder dos arquétipos, o filme Barbie é uma delícia do começo ao fim.


Primeiro, precisamos definir e entender o que é um arquétipo: é todo e qualquer tipo de padrão, modelo. O filme mexe com modelos, ideias, estereótipos que carregamos e está na Barbie, do seu papel na sociedade, do homem no papel de Ken, tanto no mundo da boneca quanto no nosso mundo real. Mas o mais delicioso é como o roteiro nos cutuca para nos livrarmos de alguns paradigmas. De antemão a narrativa ‘desculpabiliza’ a ‘boneca’ pelo que ‘fez', ou seja, da carga que carrega de padrões de beleza e que não cabe mais, nos dias atuais. E, por que digo isso? Porque é muito fácil continuar ‘culpando’ uma época, em que algumas coisas eram normais, e hoje, não são mais. Aliás, a evolução existe para isso, para entendermos o que pertence ao passado, o que cabe no presente e o futuro deve seguir esse caminho, ter suas modificações e adaptações. A narrativa do filme entende, acolhe suas intenções mesmo que foram e são mal-interpretadas com risos e emoção. 



  Um dos momentos mais lindo, aqui contém spoiler, é quando a atriz que interpreta sua criadora Ruth Handler em uma conversa com a sua criação, a boneca afirma que o mundo real não é perfeito como ela pensava, e sua ‘mãe’ explica a Barbie, sabiamente, que é exatamente isso que  faz o mundo ser maravilhoso, sua imperfeição.


O filme também aborda sobre imposições, daquilo que, erroneamente, ‘escolhemos um lado, excluímos o outro’ e queremos impor ideias goela abaixo do que achamos ‘o certo’. Na realidade, precisamos fazer essas mudanças, transições não usando a imposição e, sim, do entendimento. Afinal, toda vez que você impõe, força uma ideia ou algo ela acaba se distorcendo e machuca. Sempre o melhor caminho é a conscientização. Não existe vilão ou mocinho, toda vez que nos posicionamos de forma infantil, todos acabam vítimas das suas pobres ideias.


O filme Barbie nos instiga a sairmos das ‘nossas caixinhas’, as quais não cabemos mais, de ideias tão ultrapassadas, cafonas que ‘arrastamos’ sobre mulheres, mesmo as que parecem à frente do tempo, dos homens, do mundo. Portanto, obrigada Ruth por libertar a boneca mais famosa do mundo da sua ‘própria caixinha’, não é a toa que quando chegamos no cinema ela está vazia, e nos ‘cutuca’ para fazer o mesmo, ensina que não existe um lado a ser escolhido, que a Barbie estereotipada não ‘estragou’ todas as meninas, que o homem, mulher e a ideia que ‘o outro é sempre o problema’ não pode continuar sendo difundida. Viemos aqui para nos libertar, evoluir com  maturidade, entender que temos opções e caminhos diferentes aos quais podemos seguir. A solução está em um mundo em que todos cabem, tem o seu lugar e não em histórias que um dia decidiram por nós. Então, pegue sua folha, caneta e escreva a sua própria e exclusiva história.



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