Família é um projeto que desenvolvemos em conjunto.


O Criador nos dá talentos que, às vezes, nem percebemos. Todos os dias temos a oportunidade de edificar a nossa vida e a do próximo, através da nossa existência. 


Sei que esse conceito, de projeto familiar, parece meio óbvio, mas são poucas pessoas que saem da sua zona de conforto do “eu sou assim e será do meu jeito”, para abrir espaço para o outro entrar, e efetuar o “nosso jeito". Vale lembrar que quando falo de família não estou excluindo ninguém, muito pelo contrário, no meu ponto de vista, família são pessoas que se comprometeram a evoluir e, se desejarem, ajudar a ‘formar’ seres humanos funcionais em um mundo sedento de respeito e amor. E, neste fim de semana, através dos meus pais, conheci uma família, literalmente, de campeões. Digo isso porque não só o marido é um campeão, Lyoto Machida, como a sua esposa também, Fabyola Machida, e tenho certeza que os filhos serão pelo exemplo dos pais. Resumindo, a história deles é de esforço, trabalho em equipe, superação e o que me emocionou foi como ela acreditou nele, desde os 15 anos, se especializou, usou da sua formação não só pessoal, mas também profissional para ajudá-lo, abriu mão de morar onde gostava foi para um novo lugar levando em conta o desejo do outro, e o que chama a atenção é que em nenhum momento ela reclamou, muito pelo contrário, porque o projeto de vida era dos dois, para construir uma história em conjunto. 







Vejo que muitas mulheres, talvez por terem uma baixa estima, sentem a necessidade de jogar na cara do parceiro/parceira “eu fiz isso, fiz aquilo”, e acredito que tenham feito mesmo, mas acabam ressentidas por esperar o reconhecimento de um projeto que era, no fundo, só seu, ou seja, ‘do seu jeito’ e não em parceria, não tinha espaço para o outro entrar, algo que era para alimentar egos, carências e, portanto, o reconhecimento nunca virá do outro, se antes não houver uma cura interna, através do autoconhecimento. Falo isso de forma respeitosa e jamais como afronta porque se não nos valorizarmos como pessoa, ninguém será capaz de ‘tapar esse buraco’. Ao ver Fabyola falando da vida deles, pude ver que, apesar das renúncias que fazem parte de qualquer construção, seja profissional ou familiar, ela também era parte importante e fundamental do processo e, pelo brilho nos olhos e orgulho, sabia disso.  


Sempre que vemos uma pessoa de sucesso só enxergamos os triunfos, mas nem imaginamos os sacrifícios que exigiram disciplina, resiliência, esforço, curas pessoais para que tudo acontecesse. Diariamente, temos a oportunidade, e recebemos o ‘material’, para a preparação que será necessária lá no futuro. Devemos entender que as relações familiares de ontem, que podem ter sido ruins, não serão necessariamente no amanhã. Os obstáculos que ultrapassamos, ao longo da jornada, serão como véus que cairão dos nossos olhos e, por isso, seremos capazes de valorizar o que a vida nos reserva. Esse projeto familiar só é possível quando nos desenvolvemos pessoalmente, reconhecendo a nossa importância. Ninguém fica atrás de ninguém, cada um tem seu lugar exclusivo em cada família. Pude ver, de forma linda, uma mulher tendo orgulho do seu papel, que não é o de submissão como pregam de forma errônea por aí, mas de honra daquilo que construiu, não como um caminho presunçoso, porém o compromisso junto ao seu esposo transcendendo as ‘certezas egoístas’ individuais  formando e deixando para o mundo sua marca através do seu exemplo com o marido e filhos. Compartilhando da sua história cheia de riquezas, as quais o dinheiro não consegue comprar, e gerando frutos que alimentam, não só os de casa, mas a todos aqueles que cruzam o seu caminho. Pude ver e me alimentar desses frutos também. Muito obrigada Fabyola e família Machida.


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