É a negligência diária que mata.

             

      



        A indiferença, em relação ao sofrimento do outro, ceifa mais vidas do que qualquer pandemia.


No dia em que lembramos a perda de seis milhões de judeus no Holocausto (Yom HaShoá) , ainda encontramos aqueles que negam que esse absurdo tenha acontecido. Precisamos lembrar para nunca mais - permitir - que isso aconteça! No entanto, há aqueles que são seguidores de idealismos nazistas, preconceitos, entre outras bizarrices. Às vezes, me pego tentando ir mentalmente para a época da Segunda Guerra. Tento entender como os vizinhos, pessoas ao redor, países foram coniventes com esse massacre. Como puderam concordar e denunciar aqueles a quem conviviam e chamavam de amigos? Será que aqueles que denunciavam vizinhos, ao verem as cenas das crianças, famílias sendo levadas, voltavam para suas casas, olhavam para seus filhos, pegavam sua xícara de café e tomavam em paz? Como se nada tivesse acontecido... Tenho nojo só de pensar. Volto para o presente e acho resquícios, daquele tempo, na indiferença com os sofrimentos dos outros. Matamos hoje com palavras e atitudes - ou a falta dela. Negligenciamos a dor do outro, justificando que não podemos fazer nada. Somos vizinhos que para salvar a 'própria pele’ entregam ou desprezam o outro, mas como conseguimos dormir sabendo que ‘matamos’ aquele que fingimos não existir?


Hoje, acordei com a notícia da prisão da mãe e padrasto de um menino que possivelmente foi assassinado, por aqueles que deveriam cuidar e proteger. Questiono se aqueles que viviam perto do garoto, parentes, funcionários não sabiam ou viram nada. Onde foi que perdemos a sensibilidade ao olhar para  crianças e encontrar sofrimentos escondidos, agressões físicas e emocionais? O quão distantes estamos de sofrimentos dentro da nossa própria casa, de filhos, mulher, marido, funcionários sofrendo por angústias, abusos, agressões? Digo as reais, e não essas inventadas pela moda. Educar, cuidar dá trabalho e não podemos nos abster das nossas obrigações. Não podemos colocar sonhos na frente de obrigações, sei que essa conversa vem sendo contada a anos e é ‘linda’, mas se você se comprometeu a cuidar, não delegue aquilo que é a sua obrigação. Podemos ter ajuda, mas o que é função de pai e mãe, não pode ser substituído. 


Não precisamos ir longe para ajudar. Temos que observar ao nosso redor, nossa casa, parentes, vizinhos, comunidade e por aí vai. Assim, que fazemos a diferença, com os que estão próximos primeiro. Isso inclui atentar para o sofrimento daqueles que estão ao nosso lado. Devemos ensinar as crianças a terem um olhar observador. Ensinar ações que os façam olhar, perceber a ter cuidado com outro, como carregar as sacolas dos mais velhos, deixa los entrar primeiro no elevador. Empatia não se ensina com teorias são pequenas ações que vivenciamos e com isso aprendemos. Ensine-os a ter um olhar questionador para saber quem está sofrendo. Aquele amigo que ninguém quer chamar para o trabalho, o menos popular, faça seu filho chama lo. Vamos nos educar para que a indiferença em nosso meio, não seja mais uma desculpa da nossa negligência. 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Por favor, não tenha mais filhos.

Quando a DOENÇA DA SOCIEDADE começa em CASA.

Não crie necessidades fúteis e desnecessárias.